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Revolução sexual dos anos 1960 levou à crise de abusos na Igreja, diz Bento 16

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Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O ex-papa Bento 16 atribuiu os esc?ndalos de abusos sexuais na Igreja Cat?lica aos efeitos da revolu??o sexual dos anos 1960 e a uma decad?ncia geral da moralidade.

Cr?ticos acusaram o papa em?rito de tentar desviar a culpa da Igreja.

Em um raro ensaio, Bento 16, que durante 23 anos comandou o escrit?rio doutrinal do Vaticano --muito criticado pela maneira como tratou dos casos de abuso sexual--, argumenta que a revolu??o sexual levou algumas pessoas a acreditarem que a pedofilia e a pornografia s?o aceit?veis.

O religioso de 91 anos, que em 2013 se tornou o primeiro papa a renunciar em seis s?culos, tamb?m alertou que alguns semin?rios cat?licos t?m uma cultura abertamente gay e por isso n?o preparam os padres adequadamente.

'Pode ser dito que, nos 20 anos entre 1960 e 1980, os padr?es normativos anteriores sobre sexualidade desmoronaram completamente, e emergiu uma nova normalidade que a esta altura se tornou o tema de tentativas diligentes de perturba??o', escreveu Bento 16.

Bento 16 comandava o escrit?rio doutrinal em 2002, quando os primeiros casos de abuso sexual na Igreja foram expostos na cidade norte-americana de Boston.

Desde ent?o, esc?ndalos de abusos na Irlanda, Chile, Austr?lia, Fran?a, Estados Unidos, Pol?nia, Alemanha e outras partes induziram a Igreja a pagar bilh?es de d?lares de indeniza??es ?s v?timas e a obrigaram a fechar par?quias. Muitos casos ocorreram d?cadas antes dos anos 1960.

As revela??es de que padres predadores muitas vezes eram transferidos de par?quia em par?quia, ao inv?s de expulsos ou processados criminalmente, j? que bispos acobertavam os abusos, abalaram a Igreja globalmente e minaram sua autoridade.

No final do ano passado, o cardeal australiano George Pell se tornou a autoridade cat?lica mais graduada a ser condenada por delitos de abuso infantil. Seu papel como ex-assessor do papa Francisco levou o esc?ndalo ao cerne da administra??o papal.

Bento 16 ofereceu suas avalia??es em um longo ensaio publicado na Klerusblatt, revista mensal da Igreja de sua regi?o nativa da Baviera, na Alemanha. Uma autoridade do Vaticano confirmou sua autenticidade.

'Entre as liberdades pelas quais a Revolu??o de 1968 tentou lutar est? a liberdade sexual desenfreada, que n?o se curva mais a qualquer norma', escreveu, segundo uma tradu??o em ingl?s publicada por v?rios sites cat?licos.

Alguns te?logos usaram o Twitter para criticar Bento 16.

Massimo Faggioli, professor de teologia da Universidade Villanova, classificou o ensaio como uma 'caricatura' da Igreja p?s Conc?lio do Vaticano II, 'com todas as suas inventividades e alguns erros tr?gicos'.

Escrito por Redação

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