Safra de trigo do Brasil pode ter salto neste ano, diz FCStone
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Por Jos? Roberto Gomes
S?O PAULO (Reuters) - A pr?xima safra de trigo do Brasil tem potencial para crescer 1 milh?o de toneladas e ser a maior em tr?s anos, avaliou nesta quarta-feira a INTL FCStone, antevendo um cen?rio de menor demanda de importa??o justamente em um momento que o governo anuncia uma cota livre de tarifa para se trazer o cereal de fora do Mercosul.
Em evento em S?o Paulo, a consultoria disse que o Brasil poder? colher no ano comercial de 2019/20 (agosto a julho) 6,6 milh?es de toneladas de trigo, ante 5,6 milh?es no ano passado. Caso se concretize, seria o maior volume desde os 6,7 milh?es de toneladas de 2016/17.
'Mesmo se a ?rea for mantida, h? expectativa de que a produtividade possa se recuperar', afirmou a analista Ana Luiza Lodi, da consultoria INTL FCStone, lembrando que em anos recentes as lavouras brasileiras foram muito afetadas por problemas clim?ticos, como geadas no Paran?, o maior produtor nacional do gr?o.
O plantio de trigo da nova safra do Brasil deve se intensificar nas pr?ximas semanas e, de acordo com Ana Luiza, os produtores tendem a observar temperaturas mais altas por causa do fen?meno clim?tico El Ni?o --algo que potencialmente reduziria os riscos de frio extremo.
'O El Ni?o tende a manter as temperaturas no centro-sul um pouco mais elevadas', destacou a analista.
Em paralelo, outro atrativo ao cultivo de trigo neste ano ? o pre?o. Conforme dados apresentados pela INTL FCStone, no Paran? a tonelada do cereal est? em torno de 900 reais, ante cerca de 700 reais h? um ano. No Rio Grande do Sul, os valores tamb?m est?o maiores.
IMPORTA??O
Diante de uma recupera??o de safra, a INTL FCStone disse que as importa??es brasileiras de trigo devem cair a 5,7 milh?es de toneladas em 2019/20, de 7 milh?es em 2018/19, ano comercial ainda em andamento.
A previs?o se d? um dia ap?s o governo do Brasil, um dos maiores importadores mundiais de trigo, anunciar uma cota livre de tarifa para se trazer at? 750 mil toneladas do produto de fora do Mercosul.
A Argentina ? o maior fornecedor de trigo do Brasil e, por integrar o bloco econ?mico, est? livre de qualquer taxa??o. A cota informada poderia beneficiar especialmente os Estados Unidos, maior ofertante fora do Mercosul.
O an?ncio da cota, feito na v?spera em Washington, em meio a negocia??es entre o Brasil e EUA para abertura maior do com?rcio agr?cola, gerou preocupa??es tanto entre produtores brasileiros quanto no sertor argentino.
Mas, para Ana Luiza, a viabilidade de uso dessa cota depender? das condi??es de pre?os, uma vez que a cota poderia pressionar as cota??es internas, desestimulando o plantio e, consequentemente, levando a uma maior necessidade de importa??o.
Ela ponderou que para uma an?lise mais completa seriam necess?rios todos os detalhes de funcionamento da cota.
Fontes da ind?stria presentes ao evento da INTL FCStone disseram que tal cota, de fato, ? a princ?pio negativa para o agricultor brasileiro.
Para uma fonte da ind?stria, por?m, se a cota valesse de abril a julho, por exemplo, o impacto para o produtor seria menor, pois sua colheita s? se daria a partir de agosto, n?o concorrendo com o trigo internacional livre de tarifas.
Outra fonte avaliou que, com a cota, ampliaria-se o leque de origens de trigo, o que traria alguns benef?cios.
'Vejo alguma vantagem, pois daria para se importar mais variedades e se compor uma mescla de trigos de melhor qualidade. Melhoraria at? a farinha', disse essa fonte, representante de um grande moinho, pedindo anonimato dada a sensibilidade do assunto.
Conforme dados da INTL FCStone, de 2010/11 para c?, as vendas de trigo dos EUA ao Brasil s? superaram a marca de 750 mil toneladas, com tarifas, em momentos de reduzida oferta na Argentina. Foram quatro ocasi?es: 2012/13, 2013/14, 2014/15 e 2016/17.
(Por Jos? Roberto Gomes)
Escrito por Redação
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