Sem reforma da Previdência, Brasil entra em recessão em 2020, prevê ministério
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Por Marcela Ayres
BRAS?LIA (Reuters) - O Brasil ir? crescer apenas 0,8 por cento em 2019 se n?o aprovar uma reforma da Previd?ncia, estimou nesta sexta-feira a Secretaria de Pol?tica Econ?mica (SPE) do Minist?rio da Economia, cerca de um ter?o do esperado pelo mercado hoje, com a atividade entrando em recess?o a partir do segundo semestre de 2020.
Atualmente, o governo estima que o Produto Interno Bruto (PIB) subir? 2,5 por cento neste ano, em linha com o patamar de 2,48 por cento projetado por economistas, conforme pesquisa Focus mais recente divulgada pelo Banco Central.
'No cen?rio sem reforma da Previd?ncia, o crescimento do PIB em 2019 seria inferior a 1 por cento e o Brasil j? entraria em recess?o a partir do segundo semestre de 2020, caminhando para perdas compar?veis ?s ocorridas no per?odo 2014 a 2016', disse a SPE.
Em sua primeira proje??o detalhada sobre os impactos da reforma da Previd?ncia, a secretaria estimou que o PIB anual sem a reforma da Previd?ncia desaceleraria a um crescimento de 0,3 por cento em 2020, adentrando campo negativo a partir da?, com retra??es de 0,5 por cento em 2021, 1,1 por cento em 2022 e 1,8 por cento em 2023.
Com a aprova??o da reforma, por outro lado, a SPE estima que haver? uma alta do PIB de 2,9 por cento neste ano e nos dois pr?ximos, subindo a 3,1 por cento em 2022 e 3,3 por cento em 2023.
Segundo a SPE, os n?meros demonstram que a import?ncia da reforma vai al?m 'da promo??o de equil?brio fiscal ou da justi?a social ?-o que, por si s?, j? seria suficiente para implement?-la, dadas as graves distor??es que o sistema previdenci?rio brasileiro gera entre ricos e pobres'.
'Procura-se, aqui, evidenciar de forma clara o elevado risco para a gera??o de renda e para a estabilidade macroecon?mica do pa?s que a n?o aprova??o da reforma poderia causar', afirma a nota.
JUROS MAIS BAIXOS EM 2019
No estudo, a SPE previu ainda uma taxa b?sica de juros em 6,0 por cento neste ano, mais baixa que o patamar atual de 6,5 por cento, em caso de aval dos parlamentares ? Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) que altera as regras para a aposentadoria.
Economistas vinham discutindo se havia espa?o para afrouxamento da Selic diante da lenta recupera??o da economia e comportamento favor?vel da infla??o, mas o Banco Central tem reiterado em suas ?ltimas comunica??es que segue vendo maior risco relacionado aos fatores que podem pressionar a infla??o para cima: eventual frustra??o sobre a continuidade das reformas econ?micas no Brasil e deteriora??o do cen?rio externo para economias emergentes.
Nesta sexta-feira, a secretaria ressaltou que, sem a PEC, haver? eleva??o nos gastos com Previd?ncia, que ser?o inevitavelmente financiados pelo aumento da d?vida p?blica.
Mais endividado, o governo ter? que pagar mais caro para seguir tomando dinheiro emprestado. Uma economia com juros mais altos, por sua vez, ter? impacto negativo sobre o consumo, investimento e arrecada??o, realimentando um ciclo negativo para o pa?s.
Pelo modelo adotado pela SPE, a taxa Selic com a aprova??o da reforma seria de 6,8 por cento em 2020 e 6,4 por cento em 2021. Sem a PEC, os c?lculos apontam para um salto nos juros b?sicos j? em 2019, a 11,4 por cento, avan?ando a 13,4 por cento em 2020 e 15,1 por cento em 2021.
Na pesquisa Focus, a expectativa ? de que a Selic feche este ano em 6,5 por cento, indo a 8,0 por cento em 2020, n?vel em que deve permanecer em 2021.
Escrito por Redação
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