Senado aprova texto principal da Previdência em 2º turno, analisará possíveis mudanças no texto na 4ª
Senado aprova texto principal da Previdência em 2º turno, analisará possíveis mudanças no texto na 4ª
Reuters
22/10/2019
Atualizada em 22/10/2019
Por Maria Carolina Marcello
BRAS?LIA (Reuters) - O Senado encerrou nesta ter?a-feira a sess?o de vota??o em segundo turno da Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) da reforma da Previd?ncia sem concluir a an?lise de destaques que poderiam alterar o texto, diante do risco de derrota na vota??o de uma emenda que, se aprovada, poderia ter um impacto de at? 70 bilh?es de reais em uma d?cada.
O plen?rio da Casa analisava uma emenda do PT, de autoria do senador Paulo Paim (RS), para retirar da PEC trechos do texto sobre periculosidade. O texto da PEC havia sido idealizado para evitar questionamentos jur?dicos sobre o tema, encarado pelo governo como uma quest?o meramente trabalhista, mas que tem sido encarada na Justi?a como um assunto previdenci?rio, resultando em aposentadorias especiais a algumas categorias.
Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), havia d?vida entre os senadores se a reda??o da PEC poderia prejudicar trabalhadores, raz?o pela qual decidiu encerrar a sess?o, convocar uma nova para ?s 9h da quarta-feira e ainda encomendar a consultores da C?mara dos Deputados e do Senado que avaliem se o texto fere direitos e se a emenda for?a, caso aprovada, a PEC a retornar ? C?mara dos Deputados.
?Eu senti que alguns parlamentares estavam querendo votar a mat?ria, mas estavam em d?vida se prejudicava ou n?o o trabalhador?, disse Alcolumbre a jornalistas ap?s encerrar a sess?o.
?E para n?o termos problema de votarmos uma mat?ria que n?o tinha o entendimento do plen?rio, eu resolvi cancelar a vota??o, pedi para a consultoria fazer um parecer para que a gente possa distribuir ainda hoje, para que amanh? de manh? os senadores possam ter o seu convencimento e suas d?vidas dirimidas, e a partir das d?vidas dirimidas, colocar para votar.?
Alcolumbre argumentou que havia 77 senadores em plen?rio, mas que, no momento em que decidiu cancelar a vota??o da emenda 31 deles haviam votado.
Durante a tarde, representantes da equipe econ?mica e o l?der do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), tentaram negociar com Paim.
O acordo oferecido ao petista envolvia o compromisso do governo com um projeto a ser editado para conferir aposentadoria especial a vigilantes armados, categoria alvo da emenda do senador, mas sem tratar especificamente do tema ?periculosidade?. Para a equipe econ?mica, o assunto n?o pode ser encarado como uma quest?o previdenci?ria.
?O governo concorda que a mat?ria seja tratada pelo projeto de lei complementar?, disse Bezerra. ?Mas o governo ainda n?o concorda com a supress?o das express?es que foram sugeridas pelo senador Paulo Paim.?
Bezerra explicou que o texto, da forma que est?, veda a transfer?ncia do direito trabalhista da periculosidade a um benef?cio previdenci?rio. Ele garante que continuar? trabalhando e que tem conversa marcada com o senador petista ?s 8h30 da quarta.
Segundo ele, n?o h? uma estimativa precisa, mas se for levada em conta apenas a situa??o dos vigilantes, a aprova??o da emenda teria um impacto de 20 bilh?es de reais em dez anos. J? Alcolumbre afirmou que o impacto geral pode chegar a 70 bilh?es de reais.
?O governo fez uma avalia??o que pode perder, desidratar, algo em torno de 60 ou 70 bilh?es de reais em dez anos. Outros n?meros d?o conta de 15 a 20 bilh?es. Ent?o a gente vai fazer um levantamento e apresentar para os senadores para que eles possam votar conscientes?, anunciou o presidente do Senado.
Em outra frente, o l?der do PT no Senado, Humberto Costa (PE) argumentou que a aprova??o do texto como est? ir? retirar o direito de trabalhadores como vigilantes e eletricistas de, ao menos requerer tratamento especial para a aposentadoria. O l?der acredita que havia chances de aprova??o da emenda, motivo pelo qual a vota??o foi cancelada.
?No momento em que os representantes do governo viram que essa proposta iria ser aprovada..., resolveram suspender a sess?o para tentar, at? amanh?, convencer os senadores que n?o est?o convencidos de que a proposta do governo ? boa, mas acredito que n?o v?o conseguir?, disse a jornalistas.
O Senado deve retomar a vota??o em segundo turno da PEC na manh? da quarta-feira. Restam essa emenda e mais uma a serem deliberadas. Ainda que tenha sua tramita??o conclu?da na quarta, no entanto, a proposta s? deve ser promulgada quando os presidentes da Rep?blica, Jair Bolsonaro, e da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltarem de viagens internacionais, al?m do vice-presidente da Rep?blica, Hamilton Mour?o.
Pelas regras, a promulga??o poderia ocorrer ap?s a aprova??o e publica??o da PEC, mas tradicionalmente, h? uma solenidade e Alcolumbre j? avisou que ir? aguardar a presen?a de autoridades no pa?s para a cerim?nia. Mour?o estar? em viagem entre os dias 23 e 25, Maia retorna ao pa?s no s?bado, dia 26, e Bolsonaro volta ao Brasil no dia 31, quarta-feira da pr?xima semana.
O presidente do Senado espera anunciar um calend?rio na quarta-feira e calcula que a PEC poder? ser promulgada no dia 5, 12 ou 19 de novembro.
Reuters