Sob a 'sombra' de Bebianno, governo tem desafio de apresentar pacote anticrime e Previdência
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Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello
BRAS?LIA (Reuters) - Na mesma semana em que apresenta ao Congresso as duas principais propostas de in?cio de gest?o --o pacote anticrime do ministro da Justi?a e Seguran?a P?blica, S?rgio Moro, e a reforma da Previd?ncia-- o governo do presidente Jair Bolsonaro busca um desfecho que n?o d? propor??es maiores ? crise com o ministro da Secretaria-Geral da Presid?ncia, Gustavo Bebianno.
A expectativa inicial era que o Di?rio Oficial desta segunda-feira trouxesse a exonera??o de Bebianno, mas at? o momento n?o houve uma publica??o oficial.
'J? foi decidido. O Bebianno vai ser demitido, foi isso que foi dialogado', disse o l?der do PSL na C?mara, Delegado Waldir (GO), ? Reuters. 'Ele quebrou a confian?a do presidente, acabou', afirmou.
O governo apresenta o pacote anticrime na ter?a-feira, cumprindo uma de suas principais bandeiras na campanha, e no dia seguinte deve tornar p?blica a Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) da reforma da Previd?ncia.
No esfor?o para garantir uma boa aceita??o da reforma, o governo j? iria promover uma s?rie de encontros com bancadas parlamentares. Agora, trabalha para evitar que a crise envolvendo Bebianno contamine a negocia??o da medida.
Para a equipe econ?mica, contudo, a indefini??o quanto ? situa??o de Bebianno n?o altera as perspectivas para a apresenta??o da reforma aos parlamentares e ? sociedade, que deve ser divulgada ? imprensa logo no in?cio da manh? de quarta-feira.
'Estamos tranquilos', disse uma fonte da equipe econ?mica sob a condi??o de anonimato, acrescentando que a confian?a ? baseada 'no projeto, no momento, na necessidade e na converg?ncia'.
Na mesma linha, Waldir descarta que o caso tenha repercuss?es negativas nas conversas no Congresso sobre as novas regras de aposentadoria.
'O que acontece l? Executivo n?s n?o queremos saber, n?o. Nem na nossa Casa n?s damos conta de resolver os 'trem' (sic), n?s vamos resolver caso do Executivo?', ponderou.
'Isso (caso do Bebianno) j? est? resolvido, temos uma pauta importante pela frente. Cada um no seu quadrado.'
Bebianno --que comandou o PSL de Bolsonaro durante a campanha presidencial-- ? o principal personagem de uma crise que se arrasta por uma semana, ap?s ter sido chamado de mentiroso pelo filho do presidente, o vereador fluminense Carlos Bolsonaro (PSC), no Twitter quando disse que havia conversado com o presidente.
Carlos exp?s um ?udio de Bolsonaro em que o presidente negava ter falado com o ministro. O pr?prio Bolsonaro endossou a publica??o do filho na rede social e posteriormente em uma entrevista de televis?o.
No foco, est?o den?ncias de que, sob a presid?ncia nacional do PSL de Bebianno, candidaturas em Estados teriam cometido irregularidades.
Em entrevistas e nota oficial, o ministro negou irregularidade e disse que cabe aos diret?rios estaduais responderem por essas supostas acusa??es.
Parlamentares, ministros e at? militares atuaram numa opera??o para apagar o inc?ndio e tentar mant?-lo no cargo, mas o acerto desandou ap?s uma conversa entre Bebianno e Bolsonaro.
O l?der do PSL na C?mara minimizou o atrito entre Carlos, o presidente e Bebianno, e o classificou como um 'debate mais acalorado', algo 'comum da democracia'.
'Todo partido tem isso.'
UNI?O
Governo e aliados ainda t?m a tarefa de consolidar uma base de apoio no Congresso para a prova??o de sua agenda priorit?ria, tendo como carro chefe a reforma da Previd?ncia.
Por isso mesmo, o presidente se envolver? mais diretamente nas conversas com parlamentares e far? um pronunciamento na quarta-feira sobre o tema.
Por se tratar de uma PEC, a proposta precisa dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados em dois turnos de vota??o. Depois ser? necess?rio o apoio de 49 dos 81 senadores, tamb?m em duas rodadas de vota??o.
Ainda n?o h? uma estimativa precisa do tamanho da base de Bolsonaro, eleito com uma coliga??o formal apenas entre o PSL e o PRTB. Outro partidos, como o PR, j? manifestaram apoio ao governo, que conta com uma expressiva participa??o do DEM, ocupando inclusive postos chave da administra??o.
Nas contas da lideran?a do governo, todos partidos que n?o sejam claramente de oposi??o teriam potencial para formarem a base governista, o que daria cerca de 370 deputados.
(Reportagem adicional de Marcela Ayres)
Escrito por Redação
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