Socialistas vencem eleição em Portugal, mas sem maioria absoluta

Por Sergio Goncalves e Catarina Demony

LISBOA (Reuters) - O governista Partido Socialista venceu a elei??o parlamentar de domingo em Portugal, mas ficou aqu?m de uma maioria absoluta, o que significa que o primeiro-ministro Ant?nio Costa ter? que negociar um novo acordo com um ou os dois partidos de extrema-esquerda.

Algumas semanas atr?s, pesquisas de opini?o mostravam que Costa, cuja aprova??o foi favorecida por uma economia robusta, tinha possibilidade de conseguir uma maioria plena. No fim, os socialistas sa?ram mais forte do que na elei??o de 2015, mais ainda necessitado de aliados.

'Ficou claro nesta elei??o que o PS est? refor?ado e que os partidos aliados consolidaram suas posi??es', disse Costa, com um sorriso amplo, aos apoiadores que bradavam 'Vit?ria! Vit?ria!'

'Como n?o temos maioria sozinhos, temos que encontrar solu??es que garantam estabilidade pelos pr?ximos quatro anos', acrescentou.

Costa disse que os eleitores aprovaram o acordo de 2015, gra?as ao qual o Bloco de Esquerda e os comunistas surpreenderam apoiando seus socialistas para afastar a direita, e querem que ele continue, acrescentando que tamb?m pretende negociar com o partido novato Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

Ap?s a contagem da maioria dos votos, os socialistas lideravam com 106 cadeiras. Isso os coloca em primeiro lugar, mas como s? quatro assentos ainda n?o foram decididos eles n?o conseguir?o a maioria plena de 116 das 230 vagas da assembleia.

Os socialistas aumentaram substancialmente sua representa??o em rela??o aos 86 parlamentares de 2015.

O governo de Costa foi elogiado por Bruxelas e em casa por combinar disciplina fiscal com medidas para incentivar o crescimento ap?s a recess?o e a austeridade adotada na crise financeira portuguesa de 2010-14

Ele disse aos seus apoiadores que continuar? a reduzir o d?ficit or?ament?rio e a d?vida, mas isso pode ser complicado pelas exig?ncias de seus aliados em potencial.

'Estas negocia??es podem ser mais complexas do que quatro anos atr?s, quando o pacto da esquerda foi cimentado por seu objetivo em comum de desbancar a direita', disse o cientista pol?tico Antonio Costa Pinto.

'Agora a esquerda como um todo est? refor?ada... obviamente eles testar?o os limites or?ament?rios e as proje??es econ?micas para os pr?ximos anos', opinou ele, que acredita que as negocia??es levar?o algumas semanas, agora com mais participantes.

L?deres do Bloco de Esquerda e dos comunistas disseram que n?o t?m obje??es ? manuten??o de Costa como premi? e que est?o abertos para negociar se os socialistas se comprometerem a melhorar a vida dos trabalhadores.

(Por Andrei Khalip, Victoria Waldersee, Sergio Gon?alves e Catarina Demony)