SP tem alta de dois dígitos em casos e mortes por Covid-19; área da capital com 81% de UTIs ocupadas

S?O PAULO (Reuters) - O Estado de S?o Paulo registrou crescimento percentual de dois d?gitos nos n?meros de casos confirmados e mortes causadas pela Covid-19, o que aumentou a press?o sobre os leitos de UTI, levando a uma ocupa??o de 81% na regi?o metropolitana da capital e de 61,6% no conjunto do Estado, informou a Secretaria de Sa?de nesta ter?a-feira.

Em coletiva de imprensa no Pal?cio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, autoridades de sa?de do Estado apontaram a queda na ades?o ao isolamento social como fator que levou a esta alta, e voltaram a fazer um apelo para que as pessoas que n?o atuam em servi?os considerados essenciais permane?am em suas casas.

De acordo com dados da secretaria, S?o Paulo tem 24.041 casos confirmados de Covid-19 --2.300 a mais que no dia anterior-- e 2.049 pessoas morreram por causa da doen?a respirat?ria provocada pelo novo coronav?rus, um acr?scimo de 224.

'Foi um acr?scimo de 11% com rela??o ao n?mero de casos e de 12% com rela??o ao n?mero de ?bitos', disse o secret?rio estadual de Sa?de, Jos? Henrique Germann.

Ele acrescentou que o aumento no n?mero de casos explica a eleva??o da press?o sobre as UTIs. Em termos de leito de enfermaria, a ?rea metropolitana da capital tem ocupa??o de 70%, enquanto para o Estado este ?ndice ? de 44,5%.

'N?o h? d?vida que contato social, isolamento social, distanciamento social menor s?o casos a mais, e casos a mais significam ?bitos a mais', disse o secret?rio.

De acordo com dados do sistema de monitoramento do governo do Estado, a taxa de isolamento social ficou em 48% na segunda-feira, ?ndice bastante inferior aos 70% apontados como ideal por especialistas do Centro de Conting?ncia do Coronav?rus do Executivo estadual e tamb?m abaixo do patamar de 50% que o coordenador do centro, o infectologista David Uip, avalia como fundamental superar.

'Os nossos n?meros s?o contundentes. Se voc? tem um isolamento social de 50% a mais, voc? tem um impacto na curva de infectados, de doentes e de ?bitos. A menos, ? muito dif?cil. E quanto mais, melhor. Esta equa??o est? feita', disse Uip.

'Quero reiterar a import?ncia das pessoas continuarem em casa', acrescentou, apontando ainda que os dados mostram um avan?o da Covid-19 em dire??o ao interior do Estado.

O governador de S?o Paulo, Jo?o Doria (PSDB) anunciou recentemente que a quarentena no Estado poder? ser flexibilizada a partir de 11 de maio, mas tem reiterado que o afrouxamento --cujos detalhes ser?o anunciados em 8 de maio-- ser? regionalizado e levar? em conta crit?rios como as taxas de ocupa??o de leitos e de isolamento social, al?m da evolu??o da pandemia.

Germann disse que, com o isolamento social abaixo de 50%, o governo opera com um 'alerta amarelo' e sinalizou que, mantido este cen?rio, n?o s? a flexibiliza??o pode n?o ocorrer como a quarentena ainda pode ser endurecida.

'Estamos trabalhando em alerta amarelo, a taxa de ontem foi de 48%, ent?o mais uma vez n?s descemos abaixo de 50%. Isso ? muito perigoso e n?s temos que reverter esse quadro, seja atrav?s de uma estrat?gia mais contundente --e isso depende obviamente do governador', disse.

Uip foi na mesma linha e afirmou que n?o existe um plano alternativo ao isolamento social para combater a pandemia.

'N?s estamos em vias de novas decis?es. Um dos par?metros que vai ser usado na decis?o, seguramente ? exatamente a ades?o da popula??o ?quilo que est? sendo recomendado pelo Estado.'

(Por Eduardo Sim?es)