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Taxa de desemprego no Brasil sobe a 12,2% no 1º tri e mostra sinais de impacto do coronavírus

Placeholder - loading - Pessoas aguardam na fila para tentar receber ajuda emergencial do governo federal aos mais vulneráveis, em meio ao surto de doença por coronavírus no Rio de Janeiro 14/04/2020 REUTERS / Lucas Landau
Pessoas aguardam na fila para tentar receber ajuda emergencial do governo federal aos mais vulneráveis, em meio ao surto de doença por coronavírus no Rio de Janeiro 14/04/2020 REUTERS / Lucas Landau

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Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

S?O PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil terminou o primeiro trimestre em 12,2%, com 12,85 milh?es de desempregados no pa?s, em um movimento sazonal, mas que j? apresenta os primeiros sinais do impacto do coronav?rus sobre o mercado de trabalho.

A Pnad Cont?nua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) nesta quinta-feira mostrou aumento da taxa ante 11,0% no quarto trimestre de 2019 e 11,6% nos tr?s meses at? fevereiro. No mesmo per?odo de 2019, o desemprego era de 12,7%.

O resultado de mar?o ainda ficou abaixo da expectativa pesquisa da Reuters de taxa de 12,5%, na mediana das proje??es. ? a maior taxa desde o trimestre encerrado em maio de 2019.

O mercado de trabalho brasileiro vinha esbo?ando uma recupera??o em sintonia com a economia, mas agora sofre o golpe de um per?odo sazonal que costuma mostrar que n?o houve sustenta??o das contrata??es feitas no final do ano anterior.

Entretanto, a pandemia de coronav?rus vem mantendo lojas e com?rcios fechados devido ao isolamento social, e o mercado de trabalho tende a acompanhar a contra??o esperada no Produto Interno Bruto, com os impactos totais da pandemia ainda incertos e os isolamentos em muitos locais se prolongado por abril e maio.

?A pesquisa tem movimento sazonal de dispensas, mas tem claramente sinais do impacto do Covid-19?, disse o coordenador da Pnad Cont?nua, Cimar Azeredo. 'O efeito da pandemia j? apareceu de claro e de pronto em mar?o.'

Entre janeiro e mar?o, o total de desempregados no pa?s era de 12,85 milh?es, contra 11,632 milh?es no quarto trimestre e 13,387 milh?es no mesmo per?odo do ano anterior.

O IBGE informou ainda que o total de pessoas ocupadas foi a 92,223 milh?es nos tr?s primeiros meses do ano, uma queda de 2,5% ante o per?odo imediatamente anterior, o maior recuo de toda a s?rie hist?rica

'N?o d? para separar efeito sazonal e do Covid-19. A ocupa??o reduziu muito, a busca por trabalho caiu pelo distanciamento social?, explicou Azeredo.

Os trabalhadores com carteira assinada no primeiro trimestre somavam 33,096 milh?es, contra 33,668 milh?es entre outubro e dezembro, tamb?m um sinal dos impactos da pandemia.

Os empregados sem carteira no setor privado eram 11,023 milh?es, ante 11,855 milh?es no per?odo anterior.

A taxa de informalidade chegou a 39,9% no primeiro trimestre deste ano, ante 41% no ?ltimo trimestre de 2019, o que representa 36,8 milh?es de trabalhadores. Os informais s?o os trabalhadores sem carteira, trabalhadores dom?sticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, os conta pr?pria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

A Pnad mostrou ainda que o total de pessoas fora da for?a de trabalho subiu para 67,3 milh?es, batendo novo recorde desde 2012. Esse grupo ? formado por pessoas que n?o procuram trabalho, mas que n?o se enquadram no desalento.

Os desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego, somaram 4,8 milh?es.

O rendimento m?dio do trabalhador chegou a 2.398 reais nos tr?s meses at? mar?o, de 2.371 reais at? dezembro.

COLETA

De acordo com Azeredo, a pesquisa foi realizada por telefone e ela n?o foi alterada, embora n?o tenha sido desenhada para ser realizada dessa maneira. Segundo ele, 80% dos domic?lios que responderam em mar?o responderam em dezembro.

'S? 20% n?o t?nhamos contato. Usamos nossa bases e buscamos dados da sa?de, motoboy, telegrama e artif?cios para contactar as pessoas e fazer a pesquisa. A taxa de resposta da pesquisa ficou em 61% e sempre ? mais de 80%', completou.

Azeredo explicou que foi realizada uma auditoria interna sobre a qualidade da pesquisa e que a coordena??o a avalizou. Para abril, a taxa de resposta, segundo ele, ? de 50% at? agora.

?J? perdemos o Caged e n?o podemos perder a Pnad Cont?nua, ainda mais num momento dif?cil como esse para o mercado de trabalho', disse.

Escrito por Reuters

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