Temporada da revolta: protestos explodem ao redor do mundo
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Na segunda-feira, foi na Bol?via - pessoas revoltadas entraram em confronto com a pol?cia depois que a oposi??o pol?tica disse que havia sido enganada em uma elei??o vencida mais uma vez pelo atual presidente, Evo Morales.
Na semana passada, as ruas da capital chilena, Santiago, viraram o caos, com ?nibus em chamas, manifestantes enfurecidos pela alta nas tarifas de transporte p?blico saqueando lojas e levando o presidente a declarar estado de emerg?ncia.
No in?cio deste m?s, o l?der do Equador fez o mesmo ap?s violentos dist?rbios desencadeados pela decis?o de acabar com os subs?dios aos combust?veis que estavam em vigor h? d?cadas.
E isso foi apenas na Am?rica do Sul.
Hong Kong est? em turbul?ncia h? meses, a capital libanesa Beirute ficou paralisada, partes de Barcelona pareciam um campo de batalha na semana passada e dezenas de milhares de brit?nicos marcharam por Londres no fim de semana por causa do Brexit.
Os protestos explodiram em todo o mundo nos ?ltimos meses. Cada um teve seu pr?prio gatilho, mas muitas das frustra??es s?o semelhantes.
A globaliza??o e o progresso tecnol?gico, em geral, exacerbaram as disparidades dentro dos pa?ses, disse Sergei Guriev, ex-economista-chefe do Banco Europeu para Reconstru??o e Desenvolvimento, observando que nem todos os protestos atuais foram motivados por preocupa??es econ?micas.
A m?dia digital tamb?m deixou as pessoas mais conscientes para as desigualdades globais, afirmou Simon French, economista-chefe do banco brit?nico Panmure Gordon.
'Sabemos que a economia da felicidade ? em grande parte impulsionada por uma avalia??o relativa da sua posi??o em rela??o ? sua refer?ncia', disse ele, refer?ncia que agora se estende al?m da comunidade local.
ECONOMIA
Em pelo menos quatro pa?ses atingidos por protestos violentos recentes, a principal raz?o do levante ? econ?mica. Os governos do Chile e do Equador sofreram a ira de seu povo depois de tentarem aumentar tarifas e acabar com subs?dios aos combust?veis.
Enquanto os confrontos tomavam conta de Quito, o presidente equatoriano, Len?n Moreno, estendeu a m?o a l?deres ind?genas que haviam mobilizado pessoas para irem ?s ruas. Em quest?o de minutos, o principal organizador de protestos, Jaime Vargas, rejeitou essa abordagem.
'Estamos defendendo o povo', disse Vargas em um v?deo ao vivo no Facebook do protesto em Quito.
Sua resposta, vis?vel para milh?es de pessoas, destaca um desafio adicional que as autoridades t?m ao tentar conter a dissid?ncia: a m?dia social tornou a comunica??o entre os manifestantes mais f?cil do que nunca.
Dezenas de milhares de pessoas inundaram Beirute na maior manifesta??o de dissid?ncia contra o establishment local em d?cadas. Pessoas de todas as idades e religi?es se uniram para protestar contra o agravamento das condi??es econ?micas e a percep??o de que os governantes eram corruptos.
Fatores semelhantes estavam por tr?s da agita??o civil no Iraque no in?cio de outubro. Mais de 100 pessoas morreram em protestos violentos em um pa?s onde muitos iraquianos, especialmente jovens, sentiram que houve poucos benef?cios econ?micos desde que os militantes do Estado Isl?mico foram derrotados em 2017.
AUTONOMIA
Hong Kong tem sido atingida por cinco meses de protestos violentos sobre temores de que Pequim esteja apertando seu dom?nio sobre o territ?rio, na pior crise pol?tica desde que o governante colonial brit?nico a devolveu ? China em 1997.
Houve poucas manifesta??es importantes nas ?ltimas semanas, mas a viol?ncia aumentou, com militantes incendiando esta??es de metr? e destruindo lojas, muitas vezes mirando bancos e estabelecimentos chineses com liga??es ao continente.
Os eventos em Hong Kong foram comparados com a Catalunha nos ?ltimos dias. L? tamb?m as pessoas est?o zangadas com o que veem como tentativas de frustrar seu desejo de maior autonomia em rela??o ao resto da Espanha, sen?o a independ?ncia total.
Manifestantes atearam fogo a carros e jogaram coquet?is molotov contra a pol?cia de Barcelona, ?em protesto contra a senten?a de pris?o de l?deres separatistas catal?es que tentavam declarar um Estado independente.
Os manifestantes tamb?m se concentraram em alvos estrat?gicos para causar grandes interrup??es, incluindo o aeroporto internacional, atingindo mais de 100 voos.
Isso aconteceu v?rios dias ap?s uma a??o semelhante em Hong Kong, sugerindo que os movimentos de protesto est?o seguindo e at? se copiando nas m?dias sociais e nas not?cias.
'Em Hong Kong, eles fizeram bem, mas s?o mais loucos', disse Giuseppe Vayreda, estudante de arte de 22 anos em um recente protesto separatista catal?o.
Na quinta-feira, os manifestantes de Hong Kong planejam uma a??o para mostrar solidariedade com os militantes da Espanha.
LIDERAN?A
Em alguns casos, os indiv?duos tomam a frente dos movimentos de protesto usando as m?dias sociais para transmitir sua mensagem.
No Egito, onde as manifesta??es no m?s passado foram relativamente pequenas, mas significativas em sua raridade, o catalisador da dissid?ncia contra o presidente Abdel Fattah al-Sisi foi um eg?pcio postando v?deos da Espanha.
Greta Thunberg, uma adolescente sueca, inspirou milh?es de pessoas a protestar pelas cidades ao redor do mundo em setembro para exigir que os l?deres pol?ticos adotem medidas para combater as mudan?as clim?ticas.
Dezenas de milhares de simpatizantes se reuniram em um parque de Nova York para ouvir o discurso dela. 'Se voc? pertence a esse pequeno grupo de pessoas que se sente amea?ado por n?s, temos m?s not?cias para voc?', disse Greta. 'Porque este ? apenas o come?o. A mudan?a est? chegando, gostem ou n?o.'
(Reportagem de correspondentes da Reuters; reportagem adicional de Andrea Shalal e Heather Timmons em Washington)
Escrito por Reuters
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