Tribunal de Mianmar acusa repórteres da Reuters de violação de segredos de Estado
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Por Antoni Slodkowski e Shoon Naing
YANGON (Reuters) - Um tribunal de Mianmar acusou dois jornalistas da Reuters presos de obterem documentos de Estado secretos nesta segunda-feira, encaminhando o caso emblem?tico sobre a liberdade de imprensa a julgamento depois de seis meses de audi?ncias preliminares.
O juiz distrital de Yangon, Ye Lwin, acusou os rep?rteres Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28, de violarem a Lei de Segredos Oficiais da era colonial, que implica em uma pena m?xima de 14 anos de pris?o.
Os dois jornalistas se declararam inocentes das acusa??es, dizendo ao juiz que seguiram a ?tica jornal?stica .
Falando aos rep?rteres ap?s a decis?o, Wa Lone disse que ele e Kyaw Soe Oo n?o cometeram nenhum crime e que depor?o para provar sua inoc?ncia no tribunal.
Embora tenhamos sido acusados, n?o somos culpados , afirmou, algemado, enquanto agentes o escoltavam at? um cambur?o. N?o recuaremos, desistiremos ou seremos abalados por isto.
O procurador-chefe, Kyaw Min Aung, deixou a corte antes de os rep?rteres terem chance de lhe fazer perguntas.
O caso atraiu aten??o global. Alguns diplomatas e grupos de direitos humanos ocidentais dizem se tratar de um teste do progresso rumo ? democracia plena sob o comando da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi em um pa?s no qual os militares ainda t?m uma influ?ncia consider?vel.
A embaixada dos Estados Unidos em Yangon disse estar profundamente decepcionada com o veredicto.
As autoridades de Mianmar deveriam permitir que os jornalistas voltem aos seus trabalhos e ?s suas fam?lias , disse a embaixada no Facebook. A decis?o de hoje ? um retrocesso para a liberdade de imprensa e o Estado de Direito em Mianmar.
O presidente e editor-chefe da Reuters, Stephen J. Adler, qualificou o caso contra os rep?rteres como infundado .
Estes jornalistas da Reuters estavam fazendo seu trabalho de uma maneira independente e imparcial, e n?o existem fatos ou provas que indiquem que fizeram qualquer coisa errada ou que tenham violado alguma lei , disse ele em um comunicado.
O porta-voz do governo de Mianmar, Zaw Htay, n?o respondeu a perguntas solicitando coment?rios ap?s o veredicto desta segunda-feira. Ele se recusou a comentar no decorrer dos procedimentos, dizendo que as cortes de Mianmar s?o independentes e que o caso ser? tratado de acordo com a lei.
(Reportagem adicional de Simon Lewis, Kanupriya Kapoor e Aye Min Thant)
Escrito por Redação
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