Vale anuncia R$1,8 bi até 2023 para recuperação ambiental e obras em Brumadinho
Publicada em
Atualizada em
Por Marta Nogueira
BRUMADINHO, Minas Gerais (Reuters) - A Vale anunciou aporte de 1,8 bilh?o de reais adicionais at? 2023 para um pacote de obras em Brumadinho (MG), onde a barragem da mina C?rrego do Feij?o se rompeu em janeiro deixando centenas de mortos, em or?amento que inclui recursos para recuperar o meio ambiente, reconstruir equipamentos p?blicos e garantir a seguran?a das estruturas remanescentes.
A afirma??o foi feita pelo diretor de diretor de Repara??o e Desenvolvimento da empresa, Marcelo Klein, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira para apresentar as medidas que v?m sendo tomadas pela Vale ap?s o desastre.
O montante, o equivalente a 450 milh?es de d?lares, soma-se a 4,5 bilh?es de d?lares provisionados anteriormente pela Vale devido ? trag?dia de Brumadinho. O montante j? provisionado ainda n?o contemplava a ?rea ambiental.
A empresa disse em nota em separado que est? avaliando eventuais obriga??es e compensa??es adicionais, dentre as quais as ambientais, que ser?o provisionadas no resultado de segundo trimestre de 2019, em conjunto com os valores anunciados nesta quarta-feira.
Mas Klein afirmou que, com o aporte agora anunciado, a Vale prev? j? ter divulgado a maior parte dos recursos que precisar?o ser empenhados como consequ?ncia do desastre.
'A gente entende que ? um montante bem menor (que poder? ser agregado), a grande parte do investimento previsto para a recupera??o ambiental j? foi contemplada, a gente est? agora na fase de refinamento dos n?meros', disse.
A empresa acrescentou que entre 400 milh?es e 500 milh?es de reais devem ser investidos ainda neste ano em v?rias frentes de obras. Os recursos visam garantir a seguran?a geot?cnica das estruturas remanescentes da mina e a remo??o e destina??o adequada dos rejeitos, al?m de parte da recupera??o ambiental, especialmente do trecho atingido do rio Paraopeba.
TRABALHOS DE REPARA??O
O rompimento da barragem de Brumadinho liberou mais de 11 milh?es de metros c?bicos de rejeitos de minera??o em instala??es da pr?pria empresa, mata, comunidades e rios da regi?o, incluindo o importante Paraopeba. Cerca de 2 milh?es de metros c?bicos ainda permaneceram dentro da barragem que rompeu.
A expectativa atual da Vale ? de que cerca de 80% da bacia do rio Paraopeba, impactada pelos rejeitos, possa ser recuperada at? 2023.
A Vale tamb?m afirmou que est? executando interven??es para recuperar e reconstruir equipamentos p?blicos das comunidades impactadas. Algumas, segundo a empresa, j? foram entregues, como a constru??o de uma ponte e a reforma de uma igreja.
O plano de conten??o de rejeitos apresentado pela empresa aos ?rg?os p?blicos divide a obra em tr?s trechos. Os trabalhos envolver?o a contrata??o de 28 empresas, e a previs?o da mineradora ? de que sejam gerados 2,5 mil empregos no pico de atividades.
'Atualmente h? cerca de 1,3 mil trabalhadores atuando nas interven??es, sendo mais de 700 de Brumadinho e regi?o', disse a Vale em material apresentado ? imprensa.
O desastre em Brumadinho deixou 246 mortos, enquanto 24 pessoas seguem desaparecidas, segundo as ?ltimas informa??es publicadas pela Defesa Civil de Minas Gerais.
Segundo a Vale, at? agora foram removidos cerca de 550 mil metros c?bicos de material da regi?o, que ap?s vistoria do Corpo de Bombeiros s?o transportados para uma ?rea dentro da mina C?rrego do Feij?o, previamente definida e autorizada pelos ?rg?os competentes.
Klein explicou que desde 27 de maio os rejeitos de minera??o da barragem que se rompeu n?o est?o mais chegando ao rio Paraopeba, o que ele atribuiu a interven??es de conten??o realizadas pela Vale dentro de um espa?o de 6 quil?metros ao longo do Ribeir?o Ferro-Carv?o.
O diretor reiterou que a Vale iniciou uma investiga??o independente sobre o incidente ap?s o rompimento, apontando que resultados poder?o ser apresentados entre setembro e outubro.
Em paralelo, a trag?dia tamb?m est? sob investiga??es de autoridades, al?m de ser alvo de uma Comiss?o Parlamentar de Inqu?rito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Escrito por Redação
SALA DE BATE PAPO