Vale considera dobrar produção na Serra Sul de Carajás após 2020

RIO DE JANEIRO/S?O PAULO (Reuters) - A Vale avalia dobrar a produ??o na Serra Sul de Caraj?s, no Par?, onde est? a mina gigante S11D, em Cana? dos Caraj?s (PA), ap?s 2020, para 150 milh?es de toneladas de min?rio de ferro por ano, informou a mineradora nesta ter?a-feira, em uma medida que permitiria ampliar o uso de tecnologias que dispensam barragens.

A possibilidade de expandir as atividades ao Norte do Brasil ocorre enquanto a mineradora tem diversas opera??es paralisadas em Minas Gerais, em meio a uma revis?o de seguran?a devido ao rompimento fatal de uma barragem de rejeitos de minera??o em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro.

Atualmente, a companhia produz em Serra Sul apenas no S11D, que entrou em opera??o comercial em janeiro de 2017 e ainda est? em fase de desenvolvimento. Outras ?reas geol?gicas podem ser explorados na regi?o.

A extra??o no S11D dever? atingir neste ano 75 milh?es de toneladas, contra 58 milh?es em 2018. Para 2020, a empresa prev? produzir 90 milh?es de toneladas, e os planos s?o atingir capacidade de 100 milh?es de toneladas a partir de 2022, conforme anunciado em dezembro pela Vale.

Na apresenta??o nesta ter?a-feira em confer?ncia do Bank of America Merrill Lynch, a Vale n?o indicou como considera aumentar a produ??o para 150 milh?es de toneladas em Serra Sul, que cont?m outras ?reas a serem exploradas.

Para fins geol?gicos, o S11D ? apenas um bloco do corpo S11 que foi dividido em quatro partes: A, B, C e D. O potencial mineral do corpo S11 ? de 10 bilh?es de toneladas de min?rio de ferro, sendo que os blocos C e D possuem reservas de 4,24 bilh?es de toneladas, segundo informa??es anteriormente publicadas pela Vale.

As primeiras sondagens na regi?o de Serra Sul datam dos anos de 1970.

Apesar da possibilidade de expandir ainda mais Serra Sul, a empresa informou, na semana passada, que deve levar at? tr?s anos para atingir produ??o de 400 milh?es de toneladas por ano de min?rio de ferro no Brasil, patamar que havia sido planejado para este ano antes do desastre de Brumadinho.

Os novos estudos, segundo material divulgado pela companhia nesta ter?a-feira, poderiam ainda aumentar a flexibilidade operacional e log?stica da Vale em produtos de alta qualidade de Serra Sul, que t?m contado com elevada demanda por parte dos chineses.

O alto teor de min?rio de ferro encontrado na regi?o, acima de 64%, facilita tamb?m a utiliza??o de tecnologias de processamento de min?rio de ferro que dispensa o uso de barragens de rejeitos, cada vez mais temidas ap?s dois grandes desastres em Minas Gerais em pouco mais de tr?s anos.

O material pode ser apenas britado e peneirado para ser classificado por tamanho, eliminando o uso de ?gua e a fabrica??o de rejeitos de minera??o em grandes quantidades.

(Por Luciano Costa e Marta Nogueira)