Vendas no varejo do Brasil têm 3º mês de alta e melhor julho desde 2000
Publicada em
Atualizada em
Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier
S?O PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O setor varejista brasileiro permaneceu em expans?o em julho, com o terceiro aumento seguido das vendas e no ritmo mais forte para o m?s na s?rie hist?rica, diante da flexibiliza??o das medidas de conten??o ao coronav?rus.
As vendas no varejo tiveram em julho alta de 5,2% na compara??o com o m?s anterior, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE).
O setor apresentou o terceiro m?s de resultado positivo, embora tenha perdido for?a sobre os ganhos de 13,3% em maio e de 8,5% em junho, quando retornou ao n?vel pr?-pandemia de coronav?rus.
O resultado do m?s ainda ? o mais elevado para julho desde o in?cio da s?rie hist?rica em 2000.
Com isso, o com?rcio varejista est? 5,3% acima do n?vel de fevereiro, quase a mesma varia??o mensal de junho, o que significa, segundo o IBGE, que o crescimento de julho j? representou um ganho.
'At? junho, houve uma esp?cie de compensa??o do que ocorreu na pandemia, ent?o em julho a recupera??o j? tem um excedente de crescimento', explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
'Os dados de junho e julho est?o ligados ao saldo de bilh?es de reais que o aux?lio emergencial acabou tendo na renda da fam?lias. Ele se reverteu em parte em consumo e nas camadas mais baixas fez uma diferen?a no consumo das fam?lias', completou.
Na compara??o com julho de 2019, houve aumento de 5,5% nas vendas.
Os resultados foram melhores do que as expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 1,2% na compara??o mensal e de 2,20% sobre um ano antes.
Os ?ltimos meses v?m mostrando recupera??o da atividade econ?mica no Brasil diante do afrouxamento das medidas de conten??o ao coronav?rus e de medidas de est?mulo, depois de o Produto Interno Bruto ter registrado contra??o recorde de 9,7% no segundo trimestre.
Entre abril e junho, as despesas das fam?lias, que representam 65% do PIB, recuaram um recorde de 12,5% diante do isolamento social.
Em julho, do total de empresas varejistas consultadas na pesquisa, 8,1% relataram impacto em suas receitas das medidas de isolamento social, 4,1 pontos percentuais abaixo do n?mero de junho e 20,0 pontos abaixo do momento de maior impacto registrado na pandemia (28,1% das empresas em abril).
O ganho mensal nas vendas em julho tamb?m deixa o patamar do com?rcio varejista perto dos n?veis recordes vistos em outubro de 2014. O ponto mais baixo em rela??o ao recorde foi de -22,8% em abril, e em julho chegou a -0,1%.
Em julho, sete das oito atividades apresentaram alta nas vendas, com destaque para Livros, jornais, revistas e papelaria (26,1%), Tecidos, vestu?rio e cal?ados (25,2%) e Equipamentos e material para escrit?rio, inform?tica e comunica??o (11,4%).
A ?nica atividade que n?o teve crescimento no volume de vendas foi Hiper e supermercados, produtos aliment?cios, bebidas e fumo, que registrou estabilidade.
'O menor desempenho dos supermercados tem a ver com aumento de pre?os de alimentos, em julho n?o havia discuss?o sobre arroz e feij?o ainda. A infla??o de alimentos j? era no entanto mais elevada. A receita at? vem subindo mas o volume ? menor por conta do peso de alimentos', explicou Santos.
No varejo ampliado, as vendas em julho aumentaram 7,2%, com o setor de Ve?culos, motos, partes e pe?as crescendo 13,2% e o de Material de constru??o avan?ando 6,7%.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO