Via Varejo encontra indícios de fraude contábil e estima impacto de até R$1,4 bi no 4º tri
Publicada em
Atualizada em
S?O PAULO (Reuters) - A Via Varejo anunciou na quinta-feira que a investiga??o interna aberta encontrou ind?cios de fraude cont?bil, que deve impactar o resultado do quarto trimestre em at? 1,4 bilh?o de reais.
As a??es da companhia, que antes do an?ncio lideravam as altas do Ibovespa, com valoriza??o de mais de 8%, reverteram rapidamente o sinal e fecharam em baixa de 3,1% nos ajustes.
As investiga??es, abertas ap?s a companhia ter recebido den?ncias an?nimas em novembro, apontaram ind?cios de fraude cont?bil oriunda de manipula??o de provis?o trabalhista e diferimento indevido na baixa de ativos e contabiliza??o de passivos, informou a Via Varejo.
Al?m disso, a investiga??o detectou falhas de controles internos, que poderiam resultar 'em erros materiais' em certas contas cont?beis. Com isso, a empresa determinou a abertura de uma terceira fase de investiga??es.
'Estima-se que o impacto combinado dos ajustes decorrentes tanto da investiga??o... resultar? em ajustes da ordem de 1,2 bilh?o a 1,4 bilh?o nos resultados do quarto trimestre, com impacto no patrim?nio l?quido da companhia entre 800 milh?es e 940 milh?es de reais', afirmou a Via Varejo em fato relevante, acrescentando que espera que os valores gerem um efeito no caixa da companhia nos pr?ximos tr?s a quatro anos.
'A administra??o avalia que os ajustes descritos acima n?o impactar?o de maneira adversa e relevante seu fluxo de caixa, sua condi??o financeira e operacional ou sua capacidade de honrar compromissos', afirmou a Via Varejo, informando que iniciou uma terceira fase da investiga??o, mas n?o estimou quando poder? ser conclu?da.
Dentro da an?lise realizada pela gest?o que assumiu o comando da empresa em meados deste ano, a Via Varejo tamb?m encontrou cr?ditos fiscais de cerca de 600 milh?es de reais referentes a PIS/Cofins e ICMS, sob avalia??o de auditores independentes da empresa, dona da Ponto Frio e da Casas Bahia.
Em nota no final da noite, o GPA, acionista controlador da empresa at? meados do ano, afirmou que sob sua gest?o a administra??o da Via Varejo sempre adotou, ao longo dos anos, crit?rios uniformes e consistentes com as regras cont?beis e regulamentares vigentes em cada per?odo, 'tendo eventualmente sofrido altera??es apenas em raz?o de modifica??es em ditos dispositivos legais ou regulamentares', ou 'mudan?as nas situa??es concretas e f?ticas que exigiam, consequentemente, ajustes t?cnicos nas demonstra??es dinanceiras'.
De acordo com o GPA, nenhum dos ?rg?os de controle, supervis?o, fiscaliza??o ou revis?o existentes sob sua gest?o 'jamais apontou nos ?ltimos anos qualquer ind?cio de que as demonstra??es financeiras poderiam apresentar qualquer irregularidade'.
'O GPA e os membros da administra??o da Via Varejo, indicados pelo GPA ou por acionistas que hoje fazem parte de referido ?rg?o ou da diretoria da Via Varejo, n?o tomaram conhecimento naqueles respectivos per?odos de que poderia haver qualquer irregularidade nas demonstra??es financeiras', afirmou, ressaltando que as mesmas foram sempre aprovadas por todos os ?rg?os e membros de controle.
O veterano do varejo Michael Klein e sua fam?lia compraram o controle da Via Varejo em leil?o na B3, em meados de junho.
(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Paula Arend Laier)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO