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WIDER IMAGE - Violência do Rio deixa marcas duradouras em famílias das vítimas

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(Vers?o multim?dia em https://reut.rs/2zBT1Xd)

Por Pilar Olivares

RIO DE JANEIRO, 2 Out (Reuters) - Na manh? do dia 8 de abril, Eduarda Lopes, de 12 anos, viu sua m?e, Valdilene da Silva, ser atingida por uma bala perdida na favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro -- uma das incont?veis v?timas da viol?ncia crescente da cidade.

Agonizando em uma po?a de sangue, Valdilene usou o pouco f?lego que lhe restava para dizer ? filha que corresse e se escondesse, mas, apesar do medo de ser morta, a menina continuou com a m?e.

'Esperei at? o ?ltimo momento com ela, do lado dela', disse Eduarda ? Reuters, com l?grimas escorrendo pelo rosto.

'Eu n?o tinha acreditado', disse ela sobre ter visto o corpo da m?e mais tarde naquele dia. 'Ela estava deitada e parecia uma boneca, dormindo. A ?nica coisa que consegui pegar foram os brincos que ela estava usando'.

A viol?ncia tem aumentado no Rio de Janeiro, e cada vez mais v?timas s?o pegas no fogo cruzado. A inseguran?a generalizada se tornou um tema central da elei??o de 7 de outubro e ajuda a explicar a ascens?o do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que defende afrouxar as leis de porte de arma para a popula??o e aumentar o combate armado ? criminalidade.

O Estado do Rio de Janeiro registrou mais de 4.500 assassinatos durante os oito primeiros meses de 2018, um aumento de 6 por cento em rela??o ao mesmo per?odo de 2017.

Mais de 1 mil pessoas morreram em confrontos com a pol?cia no Estado entre janeiro e agosto, mostram dados oficiais, uma eleva??o de mais de 50 por cento em rela??o ao mesmo per?odo de 2017. As autoridades dizem que os mortos s?o na maioria membros de fac??es do tr?fico de drogas, mas moradores alegam que inocentes tamb?m foram vitimados.

Em mar?o de 2017, Maria Eduarda Alves, de 13 anos, estava em uma aula de educa??o f?sica em sua escola na comunidade carioca da Pedreira quando tiros foram ouvidos. Ela sofreu um ferimento fatal enquanto os professores tentavam conduzir os alunos de volta para as salas de aula.

Mais tarde dois policiais foram acusados da morte da menina. Um v?deo de celular, filmado por algu?m pr?ximo da escola e publicado em redes sociais, tamb?m mostrou os policiais executando dois suspeitos que ficaram feridos durante os disparos.

'Ainda n?o estou legal. Ainda sinto... muita saudade', disse sua m?e, Rosilene Alves, usando uma camiseta com as palavras 'Vibra??o Positiva' e apontando para o buraco de bala que perfurou a entrada da escola e matou sua filha.

'A vida continua. N?o est? sendo f?cil'.

Alda Rafael Castilho, uma policial de 27 anos, foi morte em um ataque a tiros ? base policial em que trabalhava no violento complexo de favelas da Penha em 2014.

'E continua isso', disse sua m?e, Maria Rosalina Rafael da Silva, de 65 anos. 'Jovens morrendo, fam?lias sendo destru?das. Porque eu posso dizer que eu estou destru?da'.

(Reportagem adicional de Gabriel Stargardter)

Escrito por Redação

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