Ativos privados que BC pode comprar caso PEC seja aprovada somam R$972,9 bi, diz Campos Neto
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Por Marcela Ayres e Maria Carolina Marcello
BRAS?LIA (Reuters) - O Banco Central mira um universo de ativos privados de 972,9 bilh?es de reais caso o Congresso aprove Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) do or?amento de guerra, que permite ? autoridade monet?ria comprar diretamente esses t?tulos em meio ? crise com o coronav?rus, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira.
As deb?ntures respondem por 49,1% deste total, segundo dados referentes a mar?o divulgados por Campos Neto em apresenta??o por videoconfer?ncia com senadores para explica??o da PEC.
Em condi??o de anonimato, um parlamentar que participou da reuni?o relatou que Campos Neto prev? que a autoridade monet?ria ir? efetivamente comprar menos da metade do valor poss?vel.
'Ele falou que no total a carteira chega a quase um trilh?o, mas que no mundo ningu?m faz mais do que 30%, 40%', disse.
'Ent?o estamos falando obviamente de colocar liquidez no mercado, numa poss?vel compra de t?tulos da ordem de at? mais ou menos, 400 bilh?es', acrescentou a fonte.
Segundo o BC, os ativos incluem tamb?m c?dulas de cr?dito imobili?rio (CCI), certificados de receb?veis imobili?rios (CRI), certificados de receb?veis agr?colas (CRA), notas comerciais, c?dulas de cr?dito banc?rio (CCB), e fundos de direitos credit?rios. O novo instrumento de compra n?o abarca a??es e cotas de fundos de investimento, ressaltou Campos Neto.
Ele defendeu aos senadores que a ferramenta para o BC representa uma garantia de que o cr?dito chegar? ao tomador final. Diante da crise, Campos Neto argumentou que a experi?ncia internacional indica que governo e bancos centrais precisam tomar parte do risco do mercado de cr?dito.
A PEC do or?amento de guerra separa do or?amento principal os gastos com o enfrentamento da crise do coronav?rus e d? flexibilidade para o governo gastar mais sem precisar cumprir a regra de ouro, que impede a emiss?o de d?vida para o pagamento de despesas correntes.
A vers?o aprovada pela C?mara dos Deputados e que ainda precisa ser chancelada pelo Senado autoriza o BC a comprar e vender t?tulos do Tesouro Nacional nos mercados local e internacional, e direitos credit?rios e t?tulos privados de cr?dito em mercados secund?rios, no ?mbito de mercados financeiros, de capitais e de pagamentos.
Essa permiss?o vale apenas para o estado de calamidade p?blica por conta da crise com o coronav?rus.
Apesar do aval para negocia??o direta de t?tulos p?blicos, Campos Neto n?o fez estimativas sobre o montante considerado pelo BC na apresenta??o aos senadores.
Na v?spera, ele pontuou que, com a PEC, o BC poder? levar a cabo a compra de t?tulos p?blicos longos, buscando diminuir a inclina??o da curva de juros, que distorce a precifica??o dos cr?ditos longos e contamina toda a cadeia.
COMPARA??O INTERNACIONAL
Campos Neto citou o exemplo de diversos pa?ses onde os bancos centrais t?m adquirido ativos, incluindo economias avan?adas e emergentes.
Ele frisou que os EUA est?o comprando t?tulos corporativos. Para t?tulos lastreados em hipotecas, somente, h? volume ilimitado de compras e ele disse que o Fed j? tem em carteira 1,5 trilh?o de d?lares, o equivalente a cerca de 12% do mercado.
Ele tamb?m citou o exemplo da Col?mbia, onde o BC local foi autorizado a comprar t?tulos privados de cr?dito com maturidade de at? tr?s anos, num total equivalente a cerca de 1% do PIB.
Escrito por Reuters
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