Configurar crime de Bolsonaro em caso do WhatsApp é difícil, diz fonte do MP

Por Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - ? dif?cil configurar, at? o momento, um eventual crime pass?vel de impugna??o da chapa encabe?ada pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, no caso relatado pelo jornal Folha de S.Paulo de empresas comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, disse ? Reuters nesta quinta-feira uma fonte do Minist?rio P?blico com larga experi?ncia em redes sociais.

A fonte, que pediu para n?o ser identificada, disse que ? preciso, al?m das provas de atua??o das empresas em favor de um candidato, demonstrar a liga??o direta de quem atuou dessa forma e a campanha beneficiada.

Reportagem publicada na Folha nesta quinta relata que empres?rios t?m bancado a compra de distribui??o de mensagens contra o PT por Whatsapp, em uma pr?tica que se chama pacote de disparos em massa de mensagens, e estariam preparando uma opera??o para a pr?xima semana, antes do segundo turno.

A fonte do MP afirmou que 'tecnicamente' n?o considera o repasse de informa??es por WhatsApp de impulsionamento de conte?do. Para ele, a l?gica ? do envio de informa??es via marketing. Essa pr?tica, disse, ? mais comum com o uso do Facebook e o Twitter, redes sociais que influenciaram as elei??es norte-americanas e o Brexit.

Na avalia??o da fonte, a cren?a em conte?do repassado via WhatsApp ocorre apenas quando isso se d? por algu?m dentro do c?rculo social da pessoa. A fonte tamb?m achou irreal o valor de 12 milh?es de reais mencionado pela Folha para se impulsionar conte?do via essa rede social.

'Na minha percep??o ? bobinho, chega ser ing?nuo a sociedade levantar a bola em cima disso a?. N?o ? impulsionamento de conte?do, n?o tem efeito e, mesmo que seja uma fake news, fake news que um estranho mandou n?o tem efeito nenhum', disse.

Mas especialistas ouvidos mais cedo pela Reuters avaliaram que, confirmadas as informa??es reveladas pela Folha, a campanha de Bolsonaro pode ser acusada de abuso de poder econ?mico, abuso do uso de meios de comunica??o e omiss?o de doa??es de campanha, o que poderia levar ? impugna??o da chapa, mesmo que Bolsonaro n?o soubesse da a??o de empres?rios a seu favor.

A coliga??o encabe?ada pelo petista Fernando Haddad, advers?rio de Bolsonaro no segundo turno, entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com pedido de investiga??o sobre o conte?do da reportagem e, caso os fatos sejam comprovados, a inelegibilidade de Bolsonaro.