Leilão de swaps pode ter sido ação pontual do BC, avaliam especialistas
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Por Claudia Violante
S?O PAULO (Reuters) - A atua??o extraordin?ria do Banco Central no mercado de c?mbio nesta quinta-feira pode n?o ter passado de uma a??o pontual, que n?o necessariamente vai continuar nos pr?ximos preg?es, em uma abordagem diferente do que fez em maio e junho com leil?es extraordin?rios di?rios, avaliaram especialistas consultados pela Reuters.
O leil?o de swaps hoje 'foi por causa da Argentina', avaliou o economista-chefe da corretora Spinelli, Andr? Perfeito.
'Deve ser espor?dica a a??o do BC daqui para a frente.'
Apesar de as contas externas do Brasil serem muito mais robustas, com bom saldo comercial, ingresso de recursos e mais de 381 bilh?es de d?lares em reservas cambiais, os investidores que aplicam em pa?ses emergentes n?o fazem diferen?a na hora de fugir do risco. O investidor primeiro vende e depois pergunta.
Nesta quinta-feira, numa tentativa de conter a crise cambial e a alta da infla??o, o banco central argentino elevou os juros do pa?s a 60 por cento ao ano, mas a a??o n?o deu o resultado esperado: o peso desabou e contaminou outros emergentes, como o Brasil, onde o d?lar subiu quase 2,5 por cento e foi a 4,21 reais na m?xima da sess?o.
O Banco Central dom?stico tratou de agir e anunciou leil?o de 30 mil novos contratos de swap --venda futura de d?lares--, oferta que se somou ? conclus?o da rolagem do vencimento de setembro, de pouco mais de 5,2 bilh?es de d?lares.
PR?XIMOS PASSOS
Essa oferta, no entanto, pode ter sido ?nica, embora o mercado espere que o BC logo se pronuncie para comunicar a rolagem integral do vencimento de swaps de outubro, de quase 10 bilh?es de d?lares, evitando criar qualquer tipo de nervosismo adicional no mercado.
Como o movimento de valoriza??o do d?lar n?o ? uma exclusividade do real, os especialistas avaliaram que o BC n?o tem o que fazer a n?o ser tentar reduzir a volatilidade exagerada, j? que n?o atua para segurar pre?os.
'O BC est? fazendo o que est? no livro-texto...atuando para tentar impedir que essas volatilidades se tornem a??es autoalimentadas', avaliou o economista-chefe do banco Confidence, Rob?rio Costa.
Desde que as pesquisas de inten??o de votos ? Presid?ncia da Rep?blica passaram a mostrar que o candidato que mais agrada ao mercado, o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), n?o consegue ganhar tra??o e que h? chances de o PT ir para o segundo turno, os investidores come?aram a reprecificar suas posi??es, j? que n?o previam principalmente esse ?ltimo cen?rio.
Assim, o d?lar saiu da casa de 3,75 reais no come?o de agosto para operar acima de 4 reais depois da metade deste m?s, em meio a um ambiente de grande volatilidade.
'O quadro hoje ? diferente de maio, junho, mas o BC deveria se posicionar a respeito', avaliou Perfeito, da Spinelli.
Quando atuou naqueles dois meses por meio de leil?es di?rios com novas ofertas de swap cambial tradicional, al?m da rolagem, o BC encontrou um mercado revertendo posi??es, com muitos deixando a ponta vendida (que apostava na queda das cota??es) para a comprada (aposta na alta), demandando moedas.
Atualmente, as posi??es j? estariam em boa medida refeitas, reduzindo a necessidade de moeda.
Foi um movimento mais isolado, apesar de, no mercado internacional, a perspectiva de mais altas de juros nos Estados Unidos ter gerado uma press?o altista da moeda norte-americana ante outras divisas.
Atualmente, diversas divisas de emergentes t?m sofrido, como a lira turca, que recentemente trouxe uma onda de estresse aos ativos globais, incluindo o real.
A situa??o eleitoral, assim, ? um ingrediente adicional ao nervosismo global e, embora se preveja muita volatilidade nos neg?cios diante do quadro incerto, a atua??o do BC s? deve acontecer se essa movimenta??o for muito descontrolada.
'Ele tem que atenuar de algumar forma essa volatilidade porque isso tem consequ?ncias para a economia real. Assim, se a moeda subir de novo, ele tem que entrar de novo', concluiu o s?cio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
Escrito por Redação
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