Lula fica na PF em Curitiba ao menos até julgamento de recurso pelo STF, decide Corte
Lula fica na PF em Curitiba ao menos até julgamento de recurso pelo STF, decide Corte
Redação
07/08/2019
Atualizada em 07/08/2019
Por Ricardo Brito
BRAS?LIA (Reuters) - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cassaram no fim da tarde desta quarta-feira decis?o judicial de transferir o ex-presidente Luiz In?cio Lula da Silva da Superintend?ncia da Pol?cia Federal em Curitiba para um estabelecimento prisional em S?o Paulo at? que a corte julgue outro recurso que pede a liberdade do petista --preso desde abril do ano passado.
A decis?o do STF, tomada por 10 votos a 1, atendeu a pedido da defesa do ex-presidente, contr?ria ? determina??o da ju?za Carolina Moura Lebbos que atendeu a pedido da PF de Curitiba para transferir Lula para S?o Paulo.
Na esteira da decis?o de Lebbos, o juiz paulista Paulo Eduardo de Almeida Sorci havia determinado que Lula, que est? preso pela condena??o no caso do tr?plex do Guaruj? (SP), cumprisse o restante da pena no pres?dio de Trememb?, no interior de S?o Paulo.
O impasse sobre a transfer?ncia de Lula teve forte repercuss?o em Bras?lia, movimentando ao menos dois Poderes. Envolveu o Supremo, que colocou o caso de ?ltima hora para a aprecia??o do plen?rio da corte, e ainda atrasou a conclus?o da vota??o dos destaques do segundo turno da reforma da Previd?ncia na C?mara dos Deputados.
Primeiramente, a defesa do petista recorreu ao ministro do Supremo Gilmar Mendes --que est? desde o fim do semestre passado com um voto-vista sobre um pedido de liberdade do ex-presidente.
No meio da tarde, Mendes deu um despacho repassando ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, a compet?ncia para decidir quem iria apreciar o pedido da defesa do ex-presidente que buscava um de tr?s caminhos: a liberdade de Lula at? o julgamento da suspei??o do ex-juiz da Lava Jato e ministro da Justi?a, Sergio Moro; a suspens?o da transfer?ncia; ou ao menos a determina??o que o restante da pris?o fosse cumprida em sala de Estado-Maior, e n?o em um pres?dio comum.
Na volta do intervalo da sess?o do plen?rio do Supremo, Toffoli, ent?o, anunciou que o pedido da defesa do petista iria ser relatado por Edson Fachin, que ? o relator original do recurso sobre a liberdade de Lula. O caso ent?o foi apreciado por todo o plen?rio e prevaleceu o voto de Fachin de manter o ex-presidente detido na PF de Curitiba at? que a Segunda Turma do Supremo decida julgar os pedidos de suspei??o de Moro.
Dos 11 ministros, somente Marco Aur?lio Mello foi contra o Supremo analisar o pedido, alegando que a compet?ncia seria do Tribunal Regional Federal da 4? Regi?o (TRF-4).
PREVID?NCIA
O caso envolvendo a transfer?ncia de Lula tamb?m gerou rea??es no Congresso, inclusive com cr?ticas de parlamentares que fizeram oposi??o ao petista como o PSDB, e, na pr?tica, paralisou por algum tempo a conclus?o da vota??o da reforma da Previd?ncia.
A maior queixa era que Lula n?o poderia ser transferido para um pres?dio comum pela prerrogativa de ex-presidente.
O presidente da C?mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chegou a concordar com as cr?ticas durante a sess?o da Previd?ncia, decidiu segurar um pouco a vota??o dos destaques para que um grupo de deputados de v?rios partidos pudessem se reunir com o presidente do Supremo para pedir que a corte julgasse o mais r?pido poss?vel o caso.
Segundo o l?der da Maioria na C?mara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), as not?cias sobre a transfer?ncia de Lula n?o contaminaram a vota??o da reforma da Previd?ncia no plen?rio. Admitiu, no entanto, que a demora na an?lise do segundo destaque ? proposta deveu-se ao compromisso assumido por Maia em aguardar o retorno de parlamentares do STF.
De acordo com o primeiro vice-presidente da C?mara, deputado Marcos Pereira (PRB-SP), mais de 80 parlamentares, de 12 partidos, integraram o grupo que se reuniu com Toffoli.
?Todo mundo falou em nome da democracia?, relatou Pereira depois.
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